Natal e Leituras Bíblicas Dominicais
NATAL E LEITURAS BÍBLICAS DOMINICAIS
DEZEMBRO – 2013
INTRODUÇÃO
Minha saudação amiga e fraterna, de irmão menor no Senhor! Como religioso, me alegra o coração perceber tantos grupos, comunidades se preparando para iniciar a novena, a caminhada para o Santo Natal. Comprei 500 livrinhos para a paróquia e ainda vai faltar. É um abençoado momento para todos nós. O jornal O Santuário também colabora neste processo. É importante se preparar bem para acolher o melhor de todos os presentes, isto é, o Menino Jesus, luz do caminho. Neste sentido minhas preces e orações a todos os grupos e comunidades. É bom se encontrar.
NATAL DO SENHOR: partilho com os grupos, comunidades, uma breve reflexão, abordando o significado, o sentido profundo do Natal, à luz das leituras do dia 25. Caminhamos para celebrar o que? Onde está a centralidade, a essência?
Queridos irmãos, irmãs, no centro da celebração do Natal está o Menino do Presépio. O seu nascimento é a “boa nova”, a feliz notícia que nos enche de alegria e de esperança.
Quando pensamos no Natal, vem-nos à mente os relatos bíblicos do nascimento de Jesus e dos acontecimentos que se seguiram imediatamente, que se encontram nos evangelhos de Lucas e Mateus. Possivelmente, esperamos no dia do Natal a proclamação de um destes textos. Porém, as leituras vão adotar uma linguagem diferente, porque vão apontar para o sentido profundo do Natal.
A leitura da Carta aos Hebreus, fala-nos do nascimento de Jesus, a Palavra de Deus: “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho”. No Natal, Deus fala-nos pelo seu próprio Filho. E, é esse mistério que é apresentado pelo Evangelho de João que será proclamado no dia. Em vez de narrar o acontecimento, fala-nos do seu significado. O Menino recém-nascido, em Belém, é a “Palavra” (Logos=Verbo=Palavra) que já existia junto de Deus e que era Deus; que era luz e vida dos homens; e que se fez carne e veio habitar conosco e viver a nossa vida.
Um pensador cristão, ha muitos séculos (N. Cabasilas, A Vida em Cristo, VI,2), refletia sobre o mistério do Natal dizendo que há dois modos de mostrar a alguém o nosso amor. O primeiro modo é oferecer presentes: os presentes que oferecemos manifestam o bem que queremos aqueles que estimamos, de quem somos amigos, que amamos. Ora, Deus, na criação, faz também isso: oferece-nos presentes, dá-nos as coisas criadas. Mas há um segundo modo, muito mais radical, de manifestar o amor a alguém: oferecer-se a si próprio. É isso que Deus faz, no Natal, no Mistério da Encarnação. Deus não nos oferece presentes; oferece-se a si mesmo; faz-se um de nós; assume a nossa condição humana, a nossa fragilidade, para nos mostrar o quanto nos ama.
A nossa realidade associa muito o Natal à oferta de presentes. Mas no centro da celebração do Natal está o Menino Jesus, o grande presente que Deus nos oferece. Todos os outros presentes só tem sentido se nos levam a tomar consciência de que o grande presente que recebemos no Natal é o próprio Deus que, no Menino Jesus, se nos oferece a nós e que, desse modo, nos manifesta o imenso amor com que nos ama.
Deus quer fazer-nos participantes da sua vida divina. Para isso se faz homem. Mas, fazer-nos participantes da vida divina tem um preço: o esvaziamento, o despojamento de Deus, que se humilha, assumindo a nossa condição frágil e pecadora. E este movimento de humilhação, de abaixamento de Deus, em Jesus Cristo, chega ao extremo com a sua morte; não uma morte qualquer, mas morte de cruz, a mais desgraçada no seu tempo. O nascimento de Jesus, em Belém, só se contempla corretamente neste contexto mais amplo, neste movimento de Deus que vem ao nosso encontro, que se oferece a nós e por nós.
É Deus que toma a iniciativa de vir ao nosso encontro para nos revelar o seu amor sem medida. Isso mesmo exprime festivamente o hino de “Glória”: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados”. Todo o mistério celebrado no Natal se concentra nesse amor de Deus. Antes de ser um apelo à nossa boa vontade, o Natal é anúncio da vontade salvífica e amorosa de Deus para conosco.
A forma suprema de manifestar o amor é a entrega de si para que a pessoa amada tenha vida plena. É este amor com que Deus nos ama e que nos manifesta no Mistério da Encarnação. No recém-nascido de Belém, somos desafiados a reconhecer Deus que assume a forma de servo, que se despoja e se humilha, para manifestar o seu amor.
Ninguém melhor que Maria, a Mãe de Jesus, viveu as consequências desta oferta que Deus faz de si mesmo, em Jesus. Por isso, em resposta a esse amor de Deus, fez da sua vida uma oferta total a Deus, com uma disponibilidade sem limites. À imagem de Maria, também nós somos desafiados a viver o Natal e a nossa vida nesta oferta a Deus. “Quereis oferecer-vos a Deus?” Essa foi a pergunta que Nossa Senhora de Fátima fez aos três pastorinhos. Os mesmos deram tudo de si. É um apelo para ser respondido com a oferta da própria vida a Deus que se oferece por nós. Amados no Senhor, tenham um abençoado Natal e sejamos testemunhas vivas desse amor que gera vida, porque se faz oferta, doação, não se deixa vencer na generosidade.
08/12/2013
“Eis aqui a serva do Senhor!”
Leituras: Gn 3,9-15.20; Ef 1,3-6.11-12 e Lc 1,26-38
1 – Nesta caminhada de preparação para o Santo Natal, hoje temos presente a pessoa de Maria, com o título de Imaculada Conceição. Aquela que recebeu uma graça especial e foi preservada do pecado. Cremos num Deus Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, no qual depositamos nossa vida, nossa esperança. Mas como é bom, que grande alegria ter Maria como Mãe e intercessora. Alguém tão perto de Deus e ao mesmo tempo tão presente na vida do povo, nas nossas vidas. Nela Deus se fez humano, um de nós. E, a Igreja nos deu como modelo de vida cristã, referência para o discipulado e inspiração abençoada para se viver a vocação. No Natal, Deus, no Menino Jesus se faz oferta para nós porque nos ama profundamente. Toda a nossa iniciativa, é sempre uma grande resposta a esse amor incomparável. Ninguém melhor que Maria, a Mãe de Jesus, viveu as consequências desta oferta que Deus faz de si mesmo, em Jesus. Por isso, em resposta a esse amor de Deus, fez da sua vida uma oferta total a Deus, com uma disponibilidade sem limites. Como cultivamos a presença de Deus em nós e a disponibilidade no coração? (É bom partilhar experiências...). “quereis oferecer-vos a Deus?”. A resposta se dá com a própria vida.
15/12/2013
“João Batista, vem ensinar, os caminhos a preparar!”
Leituras: Is 35,1-6a.10; Tg 5,7-10 e Mt 11,2-11
1 – Os enviados de João precisam no retorno dar uma resposta do que viram e ouviram. “Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”.
Felizes são aqueles que não se escandalizam com estes sinais que indicam a presença de Jesus, do Reino. E, Jesus elogia João Batista, o seu testemunho profético. O maior nascido de mulher, no entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. Quais sãos os sinais do Reino presentes entre nós? (Deixar falar...). Onde a vida é cuidada, preservada, se vive o espírito do Natal, da acolhida do Menino Jesus.
22/12/2013
Não tenha medo de acolher o Projeto de Deus na sua vida
Leituras: Is 7,10-14; Rm 1,1-7 e Mt 1,18-24
1 – O Nosso Deus é um Deus que tem história e ao mesmo tempo está comprometido com Ela. Não devemos distanciá-lo do nosso cotidiano, dos dramas de cada dia, onde acontecem nossas escolhas, nossas opções. É o Senhor que inspira, ilumina, dá sabedoria. Aí, Maria deu um sim abençoado, que mudou sua vida, seus projetos iniciais. Aí também, José, um homem justo e bom, percebeu a ação de Deus. E, quando se acolhe a Pessoa de Deus, a sua Vontade, Ele também ilumina os nossos medos, a nossa insegurança. Não devemos ter medo em acolher o Projeto de Deus em nossas vidas. Ele está conosco. Como você sente os apelos de Deus em sua vida? (Partilhar...). Peçamos a graça de cultivar a generosidade em nossos corações.
29/12/2013
Família de Nazaré: um sinal para o nosso tempo
Leituras: Eclo 3,3-7.14-17a; Cl 3,12-21 e Mt 2,13-15.19-23
1 – O testemunho da Família de Nazaré, faz-nos rezar por todas as famílias, cultivando a misericórdia diante dos seus dramas, seus desencontros. O próprio Papa Francisco solicitou mais informações sobre a realidade das famílias. Nas nossas comunidades, grupos, percebemos as várias realidades, situações. Mas, mesmo nos desafios, nos dramas, que bom se cada mulher tivesse um pouco de Maria, se cada homem tivesse um pouco de José e cada filho um pouco do Menino Jesus. Mesmo nas dificuldades devemos cultivar o amor, a disponibilidade, o espírito de solidariedade, o esforço de compreender e permitir que o outro cresça, se desenvolva. São valores que traduzem o amor, a presença de Deus. As trevas do nosso tempo não podem apagar a luz que tudo supera. Na solidariedade e na partilha o Senhor nos abençoe.
Pe. Jair de Bairros Gomes- (Texto publicado Jornal Santuário Dez/2013)